Os cigarros eletrônicos (e-cigarro) foram introduzidos em 2006 nos Estados Unidos como uma alternativa ao cigarro convencional, imaginando-se que seriam produtos capazes de auxiliar no abandono do tabaco.
Funcionam através de um dispositivo alimentado por bateria que aquece um líquido para formar vapores - mais precisamente, aerossol – o qual o usuário/vaper pode inalar (“vaporizar”).
Várias substâncias são aquecidas e podem estar presentes, como aromas, nicotina, maconha, solventes (glicerina vegetal, propilenoglicol) e acetato de vitamina E (um lipídio geralmente adicionado aos hidratantes faciais e cremes para a pele, mas que são usados para diluir canabinoides concentrados no vape).
Embora existam publicações de que seriam mais seguros, elas basearam-se na presença e no nível de substâncias causadoras de câncer, já conhecidas e presentes no cigarro.
A toxicidade, bem como a segurança ao se inalar outras substâncias como agentes aromatizantes e produtos químicos presentes nos e-cigarros não têm sido claras, e não houve tempo suficiente para mais informações, uma vez que entraram no mercado em um ritmo impossível de passar por testes adequados.
Igualmente, sem tempo para termos dados provenientes de ensaios clínicos. É possível que, da mesma forma que ocorreu com o cigarro, o tempo vai evidenciar o risco ao qual estamos nos expondo.
Até então, podem ocorrer irritação química, reações alérgicas e imunológicas.
Do ponto de vista respiratório, os sintomas mais frequentes são tosse, dor no peito e falta de ar, a qual pode evoluir culminando em internação hospitalar.
Casos de doença pulmonar grave entre pessoas que usam cigarro eletrônico levantam questões importantes sobre a segurança da vaporização.
A doença pulmonar não tem sido associada a uma marca ou sabor específico de e-cigarro.
O FDA e o CDC têm investigado esses casos para determinar causas, bem como preveni-los e tratá-los.
Não sabemos quais são os produtos químicos presentes nem quais serão as consequências biológicas desta inalação.
Até que saibamos mais, pense duas vezes antes!
Se você decidir que vai usar, evite e-cigarros comprados “na rua” e use produtos de marca sem modificação (como adicionar maconha ou outras drogas).
NOSSOS PULMÕES FORAM FEITOS PARA INALAR AR PURO E NADA ALÉM.
Fontes:
1) Pulmonary Toxicity and the Pathophysiology of Electronic Cigarette, or Vaping Product, Use Associated Lung Injury. Chand HS, Muthumalage T, Maziak W, Rahman I.Front Pharmacol. 2020 Jan 14;10:1619. doi: 10.3389/fphar.2019.01619. eCollection 2019.
3) E-cigarette, or Vaping, Product Use-Associated Lung Injury Among Clusters of Patients Reporting Shared Product Use - Wisconsin, 2019.Pray IW, Atti SK, Tomasallo C, Meiman JG.MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2020 Mar 6;69(9):236-240. doi: 10.15585/mmwr.mm6909a4.
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